terça-feira, julho 20, 2010

Dia do Amigo





"(...) Amizade é sentimento, é afeto, amor, respeito, veracidade, troca, carinho, cumplicidade...é um beijo...um abraço."

[Ernestina de Medeiros]
Imagem: Cezar Santos

segunda-feira, julho 19, 2010

Onde Deus Possa Me Ouvir

"Sabe o que eu queria agora, meu bem...?
Sair chegar lá fora e encontrar alguém que não me dissesse nada, não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro, onde eu desaguasse todo desengano,
Mas a vida anda louca, as pessoas andam tristes, meus amigos são amigos de ninguém.
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior, pra entender porque se agridem, se empurram pro abismo, se debatem, se combatem sem saber
Meu amor...
Deixa eu chorar até cansar, e leve pra qualquer lugar, aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender, eu quero algo pra beber, me deixe aqui pode sair.
Adeus..."
Composição:Vander Lee
Imagem: Cezar Santos

quarta-feira, julho 14, 2010

Onde eu guardei a fé

Queria poder pintar as cores dos meus sentimentos hoje eles estariam laranjas, levemente avermelhados, teriam as cores do sono do sol, daquelas combinações raras que só são vistas uma vez.
Amanheci querendo ser pintor, querendo dar molduras ao meu amanhecer, então resolvi abrir-me, fui até onde guardei a minha fé e lá estava ele, meu amigo pintor, meu amigo rei, tão conhecedor e hábil, tão generoso sol, me oferecendo meu quadro sonhado, minha realidade pintada, tão fiel retratada em seu acordar.

segunda-feira, julho 05, 2010

O homem, por força, distinguia-se das árvores, e tinha de saber a razão de seus frutos, cabendo-lhe escolher os que haveria de dar, além de investigar a quem se destinavam, nem sempre oferecendo-os maduros, e sim podres, e até envenenados.
Stawberryfieldsforever...
Alguma coisa explodiu!
partida em cacos. A partir de então, tudo ficou mais complicado. E mais real.
O monstro de fogo e fumaça roubou minha roupa branca. O ar é sujo e o tempo é outro.
Não tenho nada contra qualquer coisa que soe a uma tentativa, claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim?
Perdi minha alegria, anoiteci, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?
Não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando, os homens são tão necessariamente loucos e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.
Apenas começava a saber que tem um ponto, e eu dividido querendo ver o depois do ponto, pois tem um ponto, eu descobria, em que você perde o comando das próprias pernas.
Os pedaços de mim todos misturados que ele disporia sem pressa, como quem brinca com um quebra-cabeça para formar que castelo, que bosque, que verme ou deus, depois do ponto, tão escuro agora que eu não conseguiria nunca mais encontrar o caminho de volta.
A dor é a única emoção que não usa máscara, então pensei devagar que era proibido ou perigoso não usar máscara, ainda mais no Carnaval.

Texto produzido através de trechos extraídos do livro Morangos Mofados de Caio Fernado Abreu
Imagem: Anibal